
Prefácio
Coletânea Literária
Mulheres Extraordinárias
O resgate histórico do legado, pela palavra escrita
Por Maria Odila Menezes de Souza*
Orgulhosa do espaço que me foi confiado nesta obra, quero adentrar o mundo fantástico destas personalidades aqui homenageadas.
Nesta antologia, desfrutaremos de um verdadeiro desfile de mulheres que marcaram época, quando os astros da galáxia masculina nem sempre as favoreciam, e eles, no ímpeto do poder, nunca poderiam imaginar nem em pensamento que uma mulher que nasceu para o lar e para os filhos fosse tomar dianteira e pudesse, um dia, usufruir da realização de um ideal sonhado ao revelar-se frente às características extremamente machistas da sociedade. Porém, mesmo assim, elas venceram...
Tomando emprestadas as palavras de Fábio de Melo - "Mulheres de aço e de flores. Mulheres de Linhos e linhas nas linhas da alma." - eu me curvo e as reverencio. Não imaginávamos que aqueles fios seriam tramas do futuro, origens de nossas causas atuais. Nessa luta contínua, amparadas pela coragem das mulheres do passado, as quais deixaram um legado extraordinário de força de espírito impulsionadas por vontade férrea de vencer e buscar sua realização pessoal, independente de interferências alheias e ampliando os papéis da domesticidade.
Hoje, com o olhar fortalecido pelo passado, volto no tempo e homenageio uma mulher que é a causa maior desta escrita. Sem seu exemplo, não estaríamos pelo Brasil divulgando nosso trabalho. Eis a estrela maior que ora brilha na imensidão dos céus, a ilustre jornalista Hellê Velozzo Fernandes, a fundadora da AJEB-Associação de Jornalistas do Brasil. Esta corajosa mulher enfrentou todos os preconceitos da época e, em 1970, lançou para a posteridade a semente da AJEB. A AJEB que nos acolhe e nos mostra o caminho da palavra escrita, perene e prodigiosa.
Hellê, exemplo de mulher se eterniza no tempo. E, nela, continuaremos espelhadas e fortalecidas, seguindo o caminho do dever, da ética e da união de escritoras e jornalistas. Sua luz, recentemente, iluminou meu caminho na realização de um sublime sonho acalentado: a Diretoria Nacional da AJEB foi à terra mãe Curitiba, para homenageá-la com o título de Patrona Nacional da AJEB, resgatamos também a Coordenadoria AJEB-PR, adormecida desde seu último mandato, há 30 anos.
Nesta viagem histórica, vivificamos a AJEB de Curitiba que renasceu nos braços fortes da jornalista Maria Tereza Marins Freire, para o nosso pleno orgulho.
Por último, peço licença às grandes mulheres da Literatura e Artes, autoras desta história de mulheres vitoriosas, que desafiaram os tempos com sua dedicação, quebra de paradigmas, coragem e esperança de dias melhores. Para finalizar, acolhendo com carinho todas as jornalistas e escritoras que, aos poucos, foram chegando dos Estados e instalando suas coordenadorias em todo Brasil, por indicações de várias fontes da Literatura. Muitas, descobertas pela Presidente Coordenadora do Rio de Janeiro, Dyandreia Portugal, por mim escolhida para ser Diretora de Gestão Cultural da AJEB Nacional. A ela, minha gratidão e homenagem pelo dinâmico trabalho prestado no referido cargo.
Também, homenageio as colegas Ajebianas e membros da Coordenadoria da AJEB-RJ, presididas pela escritora Dyandreia Portugal, que, gentilmente, me receberam e compartilharam de momentos significativos da minha gestão e trajetória literária na AJEB nacional.
Com essas chegadas de jornalistas e escritoras de vários recantos, a família ajebiana expandiu-se, tendo coordenadorias em 16 Estados da Federação. Motivo de alegria para a AJEB de todo Brasil.
"Outro dia me pus a pensar que sou semelhante às mulheres da literatura de Érico Veríssimo, as mesmas que, enquanto os homens se ocupavam da guerra, ocupavam-se do Tempo e o Vento."

MARIA ODILA MENEZES DE SOUZA. Natural de Rosário do Sul (RS). Morou na cidade de Quaraí. Em Porto Alegre, dedicou-se ao Magistério, fundou e dirigiu sua Escola Maternal e Jardim de Infância Gente Inocente, tendo buscado qualificação profissional e existencial com os cursos de Extensão em Psicologia do Ensino na Universidade Federal do Rio Grande do Sul e especialização em Filosofia Clínica no Instituto Packter nesta Capital. Começou nas atividades literárias pelo associativismo cultural, como pioneira da Associação Gaúcha de Escritores Independentes. Em 2001, ingressou na Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil-RS, onde foi Coordenadora no biênio de 2004/2006. Autora dos livros Ação e Limites, Enigmas da Existência, Sutil Convivência e Iluminuras. Em 2014, assumiu a Coordenadoria da AJEB-RS. Em 2016, foi eleita à Presidência Nacional da Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil-AJEB, onde permanece até abril de 2020.